A Morte de Ivan Ilitch, de Liev (ou Leon) Tolstói, é um livro para ser lido em uma sentada, mas as reflexões que ele apresenta ao leitor podem ser levadas pra vida inteira.
Este foi o primeiro livro que li do autor russo, e confesso que me surpreendi; mesmo já tendo criado mil expectativas após pesquisar sobre Tolstói. Ele me chamou a atenção com o livro Anna Kariênina – que inclusive, já está na estante implorando para ser lido! -, que é uma das obras mais destacadas do Realismo Literário.

- Livro: A Morte de Ivan Ilitch
- Ano: 1886
- Páginas: 62
- Editora: L&PM Editores (1 de janeiro de 2007)
- Nota: 10/10 🌟
Sinopse: Nesta novela – considerada uma das mais perfeitas já escritas, Tolstói narra a história de Ivan Ilitch, um juiz de instrução que, depois de alcançar uma vida confortável, descobre que tem uma grave doença. A partir daí, este passa a refletir sobre o sentido de sua existência, numa experiência-limite de rara força poética, que só a grande literatura consegue traduzir. “
Ivan Ilitch é um homem comum, pai de um casal e casado com uma mulher que, com o tempo, passou a detestar. Por isso, o seu trabalho como juiz é o refúgio do lar. Até quando está em casa prefere trabalhar em seu escritório.
Um belo dia, Ivan Ilitch se machuca enquanto pendurava as cortinas. Após o acontecimento, sua relação com a família vai de mal a pior, e a uma dor misteriosa surge. O pior de tudo é que médico nenhum sabe se a sua doença é no rim ou apêndice…
Nos envolvemos então em suas reflexões sobre a doença que o obriga a ficar na cama. Ele pensa sobre os amigos falsos, a indiferença dos médicos com a sua doença e até mesmo sobre a relação desastrosa com a esposa.
Com menos de 100 páginas, A Morte de Ivan Ilitch me fez pensar a respeito do que faço na minha vida e o que vou levar comigo quando morrer. Porém, um pouco diferente dele — descubra o porquê disso lendo o livro.
Se era manhã ou noite, sexta-feira ou domingo, não fazia para ele a menor diferença, era tudo a mesma coisa; dor aguda, agoniante, sem descanso, a consciência da vida esvaindo-se inexoravelmente, mas ainda não terminada (…) O que podiam significar dias, ou noites, semanas ou horas do dia para ele?”
Eu achava que seria uma leitura dura e difícil pela época em que foi publicada, mas tanto a escrita de Tolstói como os devaneios de Ivan tornaram a leitura agradável e rápida. Sequer vi o tempo passar enquanto lia. É uma daquelas leituras para se fazer no ônibus, com a cabeça encostada no vidro.
Finalizo a resenha com a pergunta que me fiz diversas vezes enquanto lia: o que é a morte quando comparada com a dor?